Cantou a Estação Primeira de Mangueira, campeã do Grupo Especial do Rio de Janeiro em 2019, no samba enredo História para ninar gente grande, mostrando um país que não está no retrato. A luta por liberdade, justiça e dignidade forjou-se com muito sangue retinto pisado desde o início da formação do povo brasileiro, dizia o samba.
O negro arrancado do continente africano reagiu à dominação do branco europeu de diversas formas, dentre as quais destacam-se a formação de quilombos e a instituição de sociedades abolicionistas. A escravidão não foi um acidente de percurso, nem a abolição da escravatura foi uma boa ação de uma elite boa nascida nos confins da Terra Brasilis.
No, atual, Estado do Ceará, a abolição ocorreu no dia 25 de março de 1884, quatro anos antes da promulgação da Lei Áurea que colocou fim nos quase 305 anos de escravidão no Brasil, em 13 de maio de 1888. Assim, a então província, comandada por Manuel Sátiro de Oliveira Dias, ficou conhecida como A Terra da Luz por esse movimento de libertação e não por seu clima ensolarado.
Esse movimento vanguardista se deu tanto pelo surgimento de uma classe média abolicionista, como pela luta de setores populares, a exemplo dos jangadeiros que aderiram ao movimento, liderados por Francisco José do Nascimento, o Chico da Matilde. Eles proibiam o embarque e o desembarque de escravizados em Fortaleza. Devido a esse episódio, o líder dos jangadeiros ficou conhecido como o Dragão do Mar.
Em janeiro de 1883, há menos de um ano da abolição na província, em praça pública, o povo da Vila do Acarape assistiu à entrega de 116 cartas de alforria aos escravizados. A atual cidade de Redenção é, então, o primeiro território a libertar os cativos de seus antigos engenhos e senzalas que, por muitos anos, testemunharam a escravização do povo negro. Torna-se Redenção, marco e símbolo de liberdade.
Perfil - Dragão do Mar e a História da Abolição no Ceará (TV Assembleia Ceará)
O documentário sobre Dragão do Mar, também conhecido como Chico da Matilde, conta a história de Francisco José do Nascimento, contextualizando com o momento da abolição da escravidão no Ceará. Prático mor e filho de jangadeiro, Dragão do Mar foi o líder dos jangadeiros no Movimento Abolicionista no Ceará, o estado pioneiro na abolição da escravidão.
Concepção: Angela Gurgel
Apresentação e Roteiro: Marina Ratis
Produção: Ana Célia de Oliveira Marina Ratis
Edição: Vinicius Augusto Bozzo
Pesquisa Musical: Angela Gurgel
Artes: Daniel Cardoso
Locução: Jânio Alves e Karol Martins
Coordenação de Núcleo Documentário: Angela Gurgel
Os Cearenses - Dragão do Mar (Fundação Demócrito Rocha)
Francisco José do Nascimento nasceu em Aracati no dia 15 de abril de 1839. Virou Chico da Matilde, em homenagem a sua mãe. Participou como líder dos jangadeiros do movimento abolicionista do Ceará. Homem de ação, todas as vezes que anunciavam o embarque de escravos, ele lançava-se ao mar em sua jangada e acompanhava a esteira branca do Navio Negreiro até o final da Ponta do Mucuripe. Por este motivo, recebeu o “título” de Dragão do Mar. Morreu em 1914.
A invenção do Ceará - O pioneirismo do CE na Abolição da Escravidão
Maria Tomasia e a abolição da escravatura no Ceará
Dragão do Mar: O Jangadeiro da Abolição - Eduardo Bueno
A aristocrata que lutou para que a abolição no Ceará fosse adiantada
Maria Tomásia Figueira Lima foi a primeira presidente da Sociedade das Cearenses Libertadoras, que foi fundamental para que o Ceará decretasse a libertação dos escravizados antes da Lei Áurea
Maria Tomásia Figueira Lima foi uma aristocrata que lutou para que a abolição da escravatura no Ceará fosse adiantada. Nascida em 1826, em um município do interior do Ceará, ela se mudou para Fortaleza após se casar com o abolicionista Francisco de Paula de Oliveira Lima.
Em Fortaleza, ela se tornou uma das maiores articuladoras do movimento abolicionista do estado: Maria Tomásia foi a cofundadora e primeira presidente da Sociedade das Cearenses Libertadoras, a entidade que mais lutou em prol desta causa na época. O movimento, fundado em 08 de dezembro de 1880, reunia 22 mulheres de famílias influentes que argumentavam a favor do fim da escravidão.
Ao fim da primeira reunião, elas assinaram 12 cartas de alforria e, posteriormente, conseguiram que os senhores de engenho assinassem mais 72. O grupo chegou a conseguir apoio financeiro até do Imperador Dom Pedro II.
O movimento, também, promovia reuniões abertas ao público e nestes eventos as mulheres da Sociedade sempre ressaltavam a importância da libertação dos escravizados. As mulheres, também, recorriam aos jornais e clamavam pela abolição de toda a província.
A ação foi fundamental para que o Ceará decretasse a libertação dos escravizados antes da Lei Áurea. No dia 25 de março de 1884, Maria Tomásia estava presente na Assembleia Legislativa, onde ocorreu o ato oficial de libertação dos escravizados do Ceará.
Outro personagem fundamental para essa antecipação da abolição da escravatura no Ceará foi o jangadeiro Francisco José do Nascimento, também conhecido como Dragão do Mar, do qual falamos em outro texto.
"Essa coletânea de imagens foi feita a partir de projetos para a reconstrução do passado unindo ao cenário atual, pelos fotógrafos Sergey Larenkov, Jo Teeuwisse, Jason E. Powell, entre outros. Como fantasmas capturados para sempre nas fotografias, as cenas mostram muito claramente a dureza pela qual a humanidade passou, a capacidade do homem em se renovar, reconstruir, dar continuidade à vida, bem como a superação após os grandes conflitos que assolaram o mundo. As imagens ficaram magníficas."
Foto de Sergey Larenkov
26 de junho de 1944, soldado alemão morto em frente ao Café Etasse, Rua Armand Levéel to Cherbourg. Foto: J. Teeuwisse.
Rua Dom Pedro. Civis e soldados americanos retiram uma placa do quartel da organização Todt (grupo de engenharia civil e militar do 3° Reich) em Cherbourg. Foto: J. Teeuwisse
Capitão americano, WH Hooper, e alguns de seus homens marchando ao redor de prisioneiros alemães. Foto: J. Teeuwisse
Left behind”. Foto de J. Teeuwisse.
Normandia. 1944/2004. Foto: J. Teeuwisse
Sicília, 1943. Foto: J. Teeuwisse.
Nazistas em Paris. Foto: Sergey Larenkov
Colônia, março de 1945 Em frente à antiga Catedral Dom. Logo após um Panther ser abatido, uma placa foi colocada perto dele mandando manter distância. Foto: J. Teeuwisse
S. Petersburgo (Leningrado), mostrando o cerco de 900 dias de Leningrado, também conhecido como “O bloqueio de Leningrado” que durou de 9 de setembro de 1941 à de 27 janeiro de 1944 – pouco mais de 70 anos atrás. Foto de Sergey Larenkov
Basly, 27 de junho de 1944 – Membros da Ambulância de Campo 23d, colocando flores em túmulos no cemitério da igreja de Saint Georges. Foto: J. Teeuwisse.
Leningrado. Foto: Sergey Larenkov
França, Place du Marché, 10 de junho de 1944. Foto: J. Teeuwisse.
Moscou 1941-2013. Foto de Sergey Larenkov
Londres em dois momentos: durante a Segunda Guerra (Blitz, durante a fuga para o metrô) e nos dias atuais. Foto: Sergey Larenkov
Marcha sobre Washington em 28 de agosto de 1963, no dia do grande discurso de Martin Luther King e atualmente. Foto de Jason E. Powell
Dia D, 6 de junho de 1944, Normandia. O desembarque das tropas americanas na praia de Omaha e Monumento “Les Braves” em 2010. Foto: Sergey Laremkov.
Guerra Civil norte-americana. Foto de Jason E. Powell.
Leningrado em 1941/ São Petersburgo em 2012. Foto: Sergey Larenkov
Foto de Sergey Larenkov
Cavalaria alemã em Paris (1940/2010). Foto: Sergey Larenkov.
Dois momentos em São Francisco, um em 1906, quando ocorreu um violento terremoto de magnitude 8.0 na Escala de Richter que destruiu a cidade e atualmente. Foto: Shawn Clover
Auschwitz I, 27 de janeiro de 1945. Soldados russos com prisioneiros do bloco 19, onde eram colocados em quarentena, na sessão médica. Foto: J. Teeuwisse.
Normandia, praia de Omaha. Foto: Sergey Larenkov.
Foto: Sergey Larenkov.
Praga durante a Segunda Guerra. Foto: Sergey Larenkov.
Entrevista com Sidney Chalhoub historiador e professor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp.
Programa complementar ao curso de Pedagogia Univesp / Unesp https://goo.gl/7sghy2
(...).
Nesta entrevista, Sidney fala sobre a escravidão no Brasil, na segunda
metade do século XIX, e explica, com ricos exemplos, como era a vida dos
escravos africanos no Brasil. Fala que algumas décadas antes da
abolição da escravatura, em 1888, quase metade da população africana no
país já estava livre ou liberta. Libertos eram ex-escravos que tinham
conseguido sua carta de alforria. Livres eram os filhos de escravas
(ventre) libertas. Sidney fala também sobre a situação em que estava
essa massa de cidadãos após a liberdade, com poucos, ou nenhum, direito
político, pouca renda, etc...Sidney também entra na questão da educação
dos escravos e libertos e mostra que não havia interesse do Brasil em
alfabetizar essas pessoas.
Playlist - Na Íntegra - https://goo.gl/h33Euk
Interactive by Andrew Kahn. Background image by Tim Jones
Infográfico interativo mostra o tráfico de escravos africanos entre o século XVI e XIX. Alguns dados: 315 anos, 20.528 viagens, 12,5 milhões de negros transportados, 2 milhões não chegaram vivos ao destino, 4,8 milhões enviados para o Brasil.
Tradução realizada pelo Google Tradutor:
"Normalmente, quando dizemos "escravidão americana" ou "comércio de escravos americano", queremos dizer as colônias americanas ou, mais tarde, os Estados Unidos. Mas, como vimos no episódio 2 de História da escravidão americana Academia de ardósia, em relação a todo o comércio de escravos, América do Norte era um jogador pouco. Do começo do comércio no século 16 para a sua conclusão no 19, mercadores de escravos trouxe a grande maioria dos africanos escravizados a dois lugares: no Caribe e no Brasil. Dos mais de 10 milhões de africanos escravizados para eventualmente alcançar o Hemisfério Ocidental, apenas 388.747-menos de 4 por cento do total, veio para a América do Norte. Este foi menor em relação ao 1,3 milhão trouxe para espanhol América Central, 4 milhões trazido para britânicos, franceses, holandeses e dinamarqueses participações no Caribe, ea 4,8 milhões trazido para o Brasil.
Este interativo, projetado e construído por do Slate Andrew Kahn, dá-lhe um sentido da escala do comércio transatlântico de escravos ao longo do tempo, bem como o fluxo de transporte e eventuais destinos. Os pontos-que representam escravos individuais navios-também correspondem ao tamanho de cada viagem. Quanto maior o ponto, as pessoas mais escravos a bordo. E se você pausar o mapa e clique em um ponto, você vai aprender sobre o navio de bandeira-era britânica? Português? Francês? -sua Ponto de origem, seu destino, e sua história no comércio de escravos. O interativo anima mais de 20.000 viagens catalogados no banco de dados Trans-Atlantic Slave Trade. (Foram excluídos viagens para os quais há informações incompletas ou vagas no banco de dados). O gráfico na parte inferior acumula estatísticas com base nos dados brutos utilizados na interativo e, mais uma vez, representa apenas uma parte do escravo real trade-cerca de um metade do número de africanos escravizados que realmente foram transportados para longe do continente.
Existem algumas tendências dignas de nota. Como os primeiros estados europeus com uma grande presença no Novo Mundo, Portugal e Espanha dominar o século abertura do comércio transatlântico de escravos, o envio de centenas de milhares de pessoas escravizadas às suas participações na América Central e do Sul e Caribe. O papel Português não declina, e aumenta através do 17, 18 e 19 séculos, como Portugal traz milhões de africanos escravizados para as Américas.
Em 1700, no entanto, diminui e transporte espanhóis é substituído (e ultrapassado) por britânicos, franceses, holandeses e-até o final da atividade século americano. Este cem anos-de cerca de 1725 a 1825, também, é o ponto alto do tráfico de escravos, como europeus enviar mais de 7,2 milhões de pessoas para trabalho forçado, doenças e morte no Novo Mundo. Por um tempo, durante este período, o transporte britânica até excede Portugal.
Nas últimas décadas do comércio transatlântico de escravos, Portugal recupera o seu estatuto como os traficantes de escravos principais, o envio de 1,3 milhões de pessoas para o Hemisfério Ocidental, e principalmente para o Brasil. A Espanha também retorna como uma nação líder no comércio de escravos, o envio de 400.000 para o Ocidente. O resto dos países europeus, pelo contrário, têm em grande parte terminou seus papéis no comércio.
Até a conclusão do comércio transatlântico de escravos no final do século 19, os europeus haviam escravizados e transportados mais de 12,5 milhões de africanos. Pelo menos 2 milhões, historiadores estimam, não sobreviveram à viagem. -Jamelle Bouie
Slate Academy: a história da escravidão americana"
Também na Slate:
"Veja como 13.000 Guerra Monumentos Civis Preencha os EUA Mapa e ler as inscrições Chilling"
Correção, 30 de junho, 2015: A interativo originalmente exibida locais incorretos para Quelimane (também escrito Quelimane), Malembo e Cardenas. Eles são em Moçambique, Angola e Cuba, respectivamente, não Sudão e Espanha. Além disso, o mapa tinha localizado um porto chamado "espanhol Américas" no leste da América do Norte. O mapa de revista não mostra esta porta ou viagens a ele.
Correção, 25 de junho, 2015: A interativo originalmente exibida locais incorretos para St. Vincent e Zion Hill. Eles estão no Caribe, não em os EUA e Canadá, respectivamente.
Andrew Kahn é assistente de edição interactives do Slate. Siga-o no Twitter.
Jamelle Bouie é correspondente político chefe da Slate.