sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

"Guerra do Paraguai - A nossa Grande Guerra" History Channel e História Digital

Na prova do Enem 2010, tente resolver esta questão sobre as diferentes visões e interpretações acerca da Guerra do Paraguai, um dos maiores conflitos armados que já ocorreu na América Latina. A resolução está logo abaixo da questão, com comentários e habilidades cobradas na prova. Para ter mais informações sobre este exame nacional, fique atualizado nas notícias sobre o Enem.

A imagem abaixo foi escolhida intencionalmente para confrontar as pinturas tradicionais das grandes batalhas da guerra, como Riachuelo, Avaí e Tuiutí. Neste, caso, observamos a visão dos civis que estavam longe dos campos de batalha, mas nem por isso sofrendo menos que os combatentes.

Civis em foto da Guerra do Paraguai

Para aprofundar o seu conhecimento neste assunto, sugerimos que você leia sobre o contexto em que ocorreu a Guerra do Paraguai no Resumo: Política no Segundo Reinado. Você pode, também, complementar os seus conhecimentos assistindo ao vídeo sobre a Guerra do Paraguai.

Questão



Questão 22:

Substitui-se então uma história crítica, profunda, por uma crônica de detalhes onde o patriotismo e a bravura dos nossos soldados encobrem a vilania dos motivos que levaram a Inglaterra a armar brasileiros e argentinos para a destruição da mais gloriosa república que já se viu na América Latina, a do Paraguai.
(CHIAVENATTO, J. J. Genocídio americano: A Guerra do Paraguai. São Paulo: Brasiliense, 1979 (adaptado).

O imperialismo inglês, “destruindo o Paraguai, mantém  o status quo na América Meridional, impedindo a ascensão do seu único Estado economicamente livre”. Essa teoria conspiratória vai contra a realidade dos fatos e não tem provas documentais. Contudo essa teoria tem alguma repercussão.
(DORATIOTO. F. Maldita guerra: nova história da Guerra do Paraguai. São Paulo: Cia. das Letras, 2002 (adaptado).

Uma leitura dessas narrativas divergentes demonstra que ambas estão refletindo sobre

a) a carência de fontes para a pesquisa sobre os reais motivos dessa Guerra.
b) o caráter positivista das diferentes versões sobre essa Guerra.
c) o resultado das intervenções britânicas nos cenários de batalha.
d) a dificuldade de elaborar explicações convincentes sobre os motivos dessa Guerra.
e) o nível de crueldade das ações do exército brasileiro e argentino durante o conflito.
Confira a resolução 


No dia 18 de setembro de 1865, ocorre a rendição do Paraguai, depois do cerco de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul. É um bom momento para lembrarmos daquele que é considerada o maior conflito armado da América do Sul. Muitos historiadores consideram que esta guerra foi um grande golpe na tentativa do Paraguai se tornar uma grande potência latino-americana. Conheça 20 curiosidades sobre a Guerra do Paraguai.

A guerra ocorreu no século XIX, mais especificamente durante o Segundo Reinado, considerando a situação política brasileira. Para compreender o contexto em que a guerra ocorreu, assim como os seus desdobramentos na sociedade e política brasileiras, leia o resumo sobre o Política no Segundo Reinado.

Batalha do Avaí
– A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado internacional ocorrido na América do Sul. A guerra foi travada entre o Paraguai e a Tríplice Aliança, composta por Brasil, Argentina e Uruguai. A guerra estendeu-se de dezembro de 1864 a março de 1870.

– O conflito iniciou-se com a invasão da província brasileira de Mato Grosso pelo exército do Paraguai, sob ordens do presidente Francisco Solano López. O ataque paraguaio ocorreu após uma intervenção armada do Brasil no Uruguai, em 1863.

– Foi o último de quatro conflitos armados internacionais, na chamada Questão do Prata, em que o Brasil lutou, no século XIX, pela supremacia sul-americana, tendo o primeiro sido a Guerra da Cisplatina, o segundo a Guerra do Prata, e o terceiro a Guerra do Uruguai.

– Em represália à intervenção no Uruguai, Solano López ordenou que fosse apreendido o navio brasileiro Marquês de Olinda. No dia seguinte, o navio a vapor paraguaio Tacuari apresou o navio brasileiro, que subia o rio Paraguai rumo à então Província de Mato Grosso.

– A derrota do Paraguai marcou uma reviravolta decisiva na história do Paraguai, tornando-o um dos países mais atrasados da América do Sul, devido a diminuição da sua população, ocupação militar por quase dez anos, pagamento de pesada indenização de guerra, entre outros motivos.

Corpo de Voluntários da Pátria

– Em 7 de janeiro de 1865, são criados os corpos de Voluntários da Pátria, que pretendiam incentivar o alistamento de civis por ideais patrióticos. No começo até que dá certo, mas logo a empolgação passa, e o trabalho de alistamento se torna cada dia mais complicado.

– Os “voluntários” começam então a ser recrutados na marra. Cada qual dava seu jeito para escapar da guerra. Uns doavam dinheiro e empregados, outros tramavam para que inimigos políticos fossem no seu lugar. Havia até quem oferecesse familiares: sobrinhos, irmãos, filhos…

– A prática mais comum, no entanto, era a aquisição de escravos para substituir o convocado. Até o governo passou a comprar negros para as batalhas. “Forças e mais forças a Caxias. Apresse a medida de compra de escravos e todos os que possam aumentar o nosso Exército”, escreveu dom Pedro II ao ministro da Guerra.

– Estima-se que mais de 20 mil escravos tenham lutado na guerra. O número representa cerca de 16% dos soldados brasileiros. Como é de se imaginar, eram tratados como inferiores pelos companheiros. Muitos trabalhavam como criados dos soldados brancos.

– A ordem do dia para a Batalha de Tuiuti, uma das mais importantes da guerra, determinava: todos os batalhões deveriam estar a postos, inclusive “os bagageiros e camaradas (criados) dos senhores oficiais”. Era uma clara referência aos escravos que estavam na guerra.

 Saldo da Guerra do Paraguai

– O Paraguai sofreu grande redução em sua população. A guerra acentuou um desequilíbrio entre a quantidade de homens. Algumas fontes citam que 75% da população teria perecido ao final da Guerra. Estimativas atuais, contudo, fixam o percentual de perdas de vidas entre 15% e 20% da população.

– Dos cerca de 160 mil brasileiros que combateram na guerra, as melhores estimativas apontam cerca de 50 mil óbitos e outros mil inválidos. Outros ainda estimam que o número total de combatentes pode ter chegado a 400 mil, com 60 mil mortos em combate ou por doenças.

– As forças uruguaias contaram com quase 5.600 homens, dos quais pouco mais de 3.100 morreram durante a guerra devido às batalhas ou por doenças. Já a Argentina perdeu cerca de 18 mil combatentes dentre os quase 30 mil envolvidos. Outros 12 mil civis morreram devido principalmente a doenças.

– As altas taxas de mortalidade na guerra não foram decorrentes somente por conta dos encontros armados. Entre os brasileiros, pelo menos metade das mortes tiveram como causa doenças típicas de situações de guerra do século XIX. A principal causa mortis durante a guerra parece ter sido o cólera.

– Não houve um tratado de paz em conjunto. Embora a guerra tenha terminado em março de 1870, os acordos de paz não foram concluídos de imediato. As negociações foram interrompidas pela recusa argentina em reconhecer a independência paraguaia.

Retorno do Exército

– As aldeias paraguaias destruídas pela guerra foram abandonadas e os camponeses sobreviventes migraram para os arredores de Assunção, dedicando-se à agricultura de subsistência na região central do país. As terras das outras regiões foram vendidas a estrangeiros, principalmente argentinos, e transformadas em latifúndios.

– O mercado paraguaio abriu-se para os produtos ingleses e o país viu-se forçado a contrair seu primeiro empréstimo no exterior: um milhão de libras da Inglaterra, que se pode considerar a potência mais beneficiada por esta guerra.

– Depois da guerra, boa parte das melhores terras do Paraguai foi anexada pelos vencedores. O Brasil ficou com a região entre os rios Apa e Branco, aumentando para o sul o estado do Mato Grosso. A Argentina anexou o território das Missões e a área conhecida como Chaco Central.

– O Brasil, que sustentou praticamente sozinho a guerra, pagou um preço alto pela vitória. Durante os cinco anos de lutas, as despesas do Império chegaram ao dobro de sua receita, provocando uma crise financeira. A escravidão passou a ser questionada, pois os escravos que lutaram pelo Brasil permaneceram escravos.

– O Exército Brasileiro passou a ser uma força nova e expressiva dentro da vida nacional. Transformara-se numa instituição forte que, com a guerra, acabou ganhando tradição e força interna e representaria um papel significativo no desenvolvimento posterior da história do país.

 Fonte: História Digital


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

"4 passos para entender as eleições nos Estados Unidos da América - EUA" (Guia do Estudante)

eleicoes-eua
(Imagem: iStock)
As eleições presidenciais nos Estados Unidos (EUA) acontecem somente em 8 de novembro, mas a campanha eleitoral já está a todo vapor. Desde o início de fevereiro, os pré-candidatos à sucessão de Barack Obama na Casa Branca estão disputando as primárias, que irão percorrer os 50 estados norte-americanos, além do distrito federal, até junho.
O sistema eleitoral norte-americano é bem diferente do brasileiro, com diversas particularidades – a principal delas é o fato de a escolha para presidente não ser direta. Veja a seguir como funcionam as eleições nos EUA e qual o caminho que um candidato precisa percorrer até chegar à Casa Branca.
1 – Democratas e republicanos
(imagem: iStock)
(imagem: iStock)
Vamos começar falando sobre quem disputa a eleição. Costuma-se dizer que a política norte-americana é dominada por dois partidos: republicano, de ideologia conservadora, e o democrata, alinhado com ideais mais progressistas. De fato, são os dois partidos que tradicionalmente disputam o poder. Mas as eleições também envolvem candidatos independentes e de partidos menores. Com visibilidade menor, eles têm acesso restrito ao financiamento de campanha e à participação em debates. Além disso, o sistema de votação indireta limita o crescimento desses candidatos, como você verá mais adiante neste post.
Quem são os pré-candidatos?
Os democratas (principais pré-candidatos):
Hillary Clinton: 68 anos, ex-primeira dama e secretária de Estado.
Bernie Sanders: 74 anos, senador independente por Vermont, autointitula-se “socialista”.
Os republicanos (pré-candidatos):
Donald Trump: 69 anos, ultraconservador magnata do setor imobiliário.
Ted Cruz: 45 anos, senador pelo Texas, de origem cubana.
Marco Rubio: 44 anos, senador pela Flórida, também tem origem cubana.
Ben Carson: 64 anos, neurocirurgião aposentado.
Jeb Bush: 62 anos, ex-governador da Flórida, é irmão do ex-presidente George W. Bush.
John Kasich: 63 anos, governador de Ohio.

2 – O que são as primárias?
Illustration with word cloud on the Caucus in the US.
(imagem: iStock)
As primárias são as eleições prévias realizadas em cada um dos 50 estados norte-americanos e no distrito federal, nas quais os partidos escolhem os seus candidatos ao pleito presidencial. Tem direito a voto apenas os cidadãos com registro nos partidos.
A votação é indireta e funciona assim: ao votar em um dos pré-candidatos, o eleitor, na verdade, está definindo os delegados de seu estado que irão participar da convenção nacional do partido, em julho. São essas reuniões que definem o candidato oficial do partido nas eleições presidenciais.
Vamos tentar entender com um exemplo mais concreto: na primária de Iowa, em 1º de fevereiro, Hillary derrotou Sanders com uma vantagem de 0,3%. Assim, Hillary conquistou 23 delegados para a convenção dos democratas. Em tese, esses 23 delegados devem votar em Hillary na convenção. Já Sanders levará 21 delegados de Iowa para essa mesma convenção.
Ao final das primárias, em junho, todos os delegados que terão direito a voto nas convenções partidárias estarão definidos – o número de delegados por estado varia proporcionalmente ao número de habitantes. Em julho, acontecem as convenções de democratas e republicanos, nas quais os delegados oficializam suas escolhas e definem os candidatos de cada partido nas eleições presidenciais de novembro.
A princípio, o candidato que conquista mais delegados nas primárias costuma ser o vencedor. É raro, mas pode acontecer de um delegado levado por Hillary, por exemplo, resolver votar em Sanders na convenção, embaralhando o jogo.
3 – Eleição indireta
Eleitores acompanham as primárias das eleições presidenciais de 2012, no EUA (imagem: iStock)
Eleitores acompanham as primárias das eleições presidenciais de 2012, no EUA (imagem: iStock)
Definido os candidatos, começa a disputa eleitoral. O sistema de votação para presidente é similar ao das primárias, baseado na votação indireta para os delegados.
Ao votar para presidente, em novembro, o eleitor norte-americano estará elegendo os delegados de seu estado para compor o Colégio Eleitoral nacional, formado por 538 representantes. Cada estado levará para esta reunião um número de delegados proporcional à sua população – dessa forma, estados mais populosos contam com mais delegados no Colégio Eleitoral.
Na grande maioria dos estados, funciona o sistema “o vencedor leva tudo”. Ou seja, independentemente da margem de vitória, se um candidato vencer na Califórnia, por exemplo, ele levará para o Colégio Eleitoral todos os 55 delegados a que o estado tem direito. As exceções são Maine e Nebraska, onde a representação é proporcional ao número de votos.
Com a definição dos 538 delegados após as eleições, eles se reúnem no Colégio Eleitoral. O candidato que somar pelo menos 270 votos é eleito presidente dos Estados Unidos.
4 – Distorções do sistema
(imagem: iStock)
(imagem: iStock)
Este sistema particular de votação gera algumas distorções. A principal delas é que nem sempre o candidato que recebe mais votos da população é eleito. Isso acontece por causa desse sistema pelo qual o vencedor em um estado garante todos os delegados, independentemente da margem de diferença. Ou seja, se um candidato obtiver uma vantagem de 0,1% na Califórnia, ele conquistará 55 delegados – mais de 10% da composição total do Colégio Eleitoral. A última vez que o candidato mais votado perdeu foi nas eleições de 2000, quando o republicano George W. Bush derrotou Al Gore no Colégio Eleitoral mesmo conquistando menos votos em nível nacional.
Outro problema desse sistema é que, como dito anteriormente, ele restringe o avanço de candidatos menores no Colégio Eleitoral. Isso porque os candidatos que não conseguem vencer em nenhum estado, ainda que com uma votação popular expressiva, acabam ficando sem representação no Colégio Eleitoral. Por isso, o sistema favorece a polarização entre democratas e republicanos.
Por fim, esse sistema eleitoral escancara uma das maiores contradições entre o discurso e a prática na política norte-americana. Apesar de se autodefinir como “a maior democracia do mundo”, os EUA não permitem que sua população escolha diretamente o presidente do país.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

PNE/PEE/PME: Mais de 4 mil planos municipais podem ser baixados gratuitamente

O portal Planejando a Próxima Década oferece os planos municipais de educação de todo o país para consulta. Mais de 4 mil planos estão disponíveis para leitura/conhecimento/acompanhar e cobrar.

Para abrir diretamente a página em que é possível baixar os documentos, acesse o site. Para visualizar as leis, clique em um estado no mapa do Brasil que aparecerá na tela. Na nova janela, selecione o município de interesse. Será iniciado o download do arquivo em formato pdf.

 
Estado do Ceará
Brasil e os Planos Estaduais/Municipais