Em uma sequência de 12 missões, os jogadores desenvolvem estratégias para impedir violações de direitos que aparecem em manchetes fictícias de jornais por Marina Lopes
Como levar o debate sobre direitos humanos para dentro da sala de
aula? Para auxiliar educadores que desejam trabalhar o tema, o Senac São
Paulo e a associação Palas Athena lançaram, na última terça (23), o
jogo Diário de Amanhã.
Com chancela da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura), o recurso virtual usa situações cotidianas para
propor a reflexão, discussão e prática dos princípios apresentados
na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
A ferramenta surgiu a partir da necessidade de encontrar uma maneira
leve e criativa para debater o assunto, aproximando as discussões da
realidade de adolescentes e jovens. “A Declaração Universal dos Direitos
Humanos é um documento complexo. Quando você lê um artigo, não é muito
fácil transpor para uma situação cotidiana”, explica Regina Paulinelli,
coordenadora da área de tecnologias sociais e desenvolvimento humano
do Senac São Paulo.
O Diário de Amanhã combina interações virtuais na ferramenta e o
trabalho presencial em equipe. Antes de começar a atividade, o educador
deve dividir a turma em cinco equipes. Cada grupo pode criar um nome e
fazer a escolha de um avatar, com opções que contemplam diferentes
visuais, etnias, tons de pele e cabelos.
O jogo inicia com um vídeo explicativo sobre direitos humanos e, em
seguida, as equipes devem responder perguntas em um formato de quiz. A
sugestão da ferramenta é que os alunos façam placas em folhas de papel
para mostrarem a opção escolhida em cada questão. As respostas são
anotadas no jogo e vão somando pontos para os grupos, como uma espécie
de gincana.
Na tentativa de estimular o engajamento dos alunos e trazer uma
abordagem mais contextualizada, a segunda fase do jogo propõe uma
sequência de 12 missões, em que são apresentadas manchetes fictícias que
estariam nas capas dos jornais do dia seguinte. Com notícias ligadas à
violações de direitos, como exploração sexual, bullying e discriminação,
a tarefa dos jogadores é evitar que essas situações aconteçam. Para
isso, eles devem selecionar alternativas com ações que atuam na defesa
dos direitos humanos.
A ideia é mostrar que cada um pode contribuir de alguma forma para a melhoria de determinada situação
De acordo com Paulinelli, nesta fase não existem respostas certas ou
erradas. Conforme cada grupo seleciona suas opções, eles somam pontos
que ao final da atividade demonstram se eles atuaram como cientistas,
ativistas, comunicadores, educadores ou juízes para contribuir com a
solução do problema. “A ideia é mostrar que cada um pode contribuir de
alguma forma para a melhoria de determinada situação”, conta.
Com o intuito de ser viabilizado em qualquer tipo de escola ou
organização, até aquelas que não contam com infraestrutura e
conectividade, o jogo está disponível para download gratuito,
com funcionamento off-line. Para ter acesso ao Diário de Amanhã é
necessário apenas preencher um cadastro na página da instituição.
Fonte: Porvir
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