"As imagens que se seguem irão fazer-te refletir a respeito da sociedade de consumo e das atrocidades cometidas que colocam em risco a vida de milhões de animais.
"Como definir esse filme? É uma pintura da natureza humana ou, se
preferirem, um livro expresso em película retratando os dramas, os
temores e as diversas circunstâncias que orientam e determinam o agir
humano. Traz como protagonista um PROFESSOR e sua didática alternativa
para seus alunos momentâneos e problemáticos. Mas não se resume apenas a
isso - o que já seria um grande tema - vai além: aborda cruamente os
fatos diretores de cada ser nas transações do dia a dia, em seus inter-relacionamentos, dos mais frugais aos mais intrincados.
Na visão
do existencialismo, no qual a obra é exposta, o ponto de partida do
indivíduo é caracterizado pelo que se tem designado por "atitude
existencial", ou uma sensação de desorientação e confusão face a um
mundo aparentemente sem sentido e absurdo, o que pode denotar, a toda
vista e num olhar superficial, um filme deprimente e de desesperança, o
que não é verdade: a obra buscou o facho de luz no meio do caos. Caos
que a maioria não vê, seja porque não quer, seja pelo "emburrecimento" a
que foi e é levada todos os dias.
É, em síntese, uma verdadeira
visão de nosso cotidiano, em que muitos sequer sabem de sua
não existência e preferem continuar simulando passageiras e entorpecidas
felicidades, enquanto outros alcançam uma autoconsciência, que não
obstante e às vezes desesperadora, abrem as portas para um verdadeiro
sentido para vida. Essa observação remete ao clássico conto de Luís Fernando Veríssimo, FINITUDE, que, engraçado, trata do mesmo tema de uma
forma cômica. Enfim, trata-se, na verdade, da verdadeira condição
humana e de seu verdadeiro fim último.